"Filmes Apenas" é um blog bem pessoal onde catalogo alguns filmes que venho assistindo e que julgo serem bons. Os comentários que coloco não são técnicos, mas sim, apenas, uma primeira impressão de alguém com pouca experiência em cinema, mas que gosta muito de filmes. Como gosto muito de filosofia, os comentários tendem sempre a filosofar em cima das histórias apresentadas.
Mas, o blog também está aberto à críticas e sugestões.
George Kieling
Título em português: Nascidos em Bordéis Título original: Born Into Brothels: Calcutta´s Red Light Kids Titulo em inglês: Born Into Brothels: Calcutta´s Red Light Kids Diretor: Zana Briski Ross Kauffman Roteiro: Zana Briski (writer) Ross Kauffman (writer) Ano: 2004 País: India/EUA
Não há porque não colocar neste blog os documentários. Este, por exemplo, é um excelente filme, com uma fotografia fantástica, dentro de uma bela produção. Inicialmente o foco é um local de prostituição na India. Mas com o passar da história você percebe que esse foco se desloca mesmo para as crianças e seu destino incerto. Você sabia que a India é o país do mundo que mais produz filmes, mais até que Hollywood? e qualquer pessoa com uma cãmera na mão produz um filme, e muitos outros sentam numa calçada, pagam um ninharia e assistem a este filme? ... assim me contaram, nem sei se isso é verdade. Mas sei que lá é um país de contrastes, possui muitos doutores, muita tecnologia de ponta em informática e os países estão de olho em seus profissionais. Aliás, até a indústria cinematográfica já reserva um cantinho para um indiano em seus filmes, tal qual já vem fazendo com negros, mulheres, idosos e latinos - coisas da pressão da sociedade organizada através de seus representantes.
Este blog alenca uma coleção de filmes com um certo estilo: filmes de qualidade, épicos, dramas, documentários, de bons diretores e bons roteiros e que ganharam alguns prêmios em vários festivais; filmes cujo conteúdo aprecio muito.
Pois bem, o "Jornada nas Estrelas XI", aqui presente, não faz parte desse rol. Ele é um filme especial, um filme para fãs deste estilo e desta franquia, onde ouso me incluir como fã já desde meus 19 anos de idade. E como a expectativa dos fãs pelo lançamento desde filme em maio de 2009 é muito grande, vou colocar meu pequeno comentário anterior ao filme, bem como um comentário comparativo, posterior ao seu lançamento.
Jornada nas Estrelas fez época e cativou um gigantesca quantidade de fãs por décadas. Iniciou sem muito apelo, desqualificado na época, e quando retornou, somente cresceu. Por trás disso tudo sempre existiu uma grande máquina de fazer dinheiro de Hollywood, mas que não vem ao caso. Foi uma franquia desenvolvida quando ainda ouvíamos falar em guerra fria, discos voadores,bomba atômica, ou o surgimento de filmescomo perdidos no espaço, mulher maravilha, terra de gigantes, viagem ao fundo do mar, UFO e todo um arsenal, que nos faziam crer existir alguma coisa "lá fora", para amenizar - ou aterrorizar ainda mais - nossa eterna insegurança. Muitos fãs ainda hoje acreditam no mito de um mundo melhor pregado por Gene Roddenberry Não acredito nisso: o filme foi fruto de uma época, que cativou muitos fãs e que apenas veio a crescer muito. Mas nem tão falsa parece a idéia, que os filmes anteviram ou anteciparam as principais engenhocas tecnológicas que hoje vemos funcionando, embora pareça óbvio que um bom escritor de ficção científica possa antecipar isso: você tem dúvidas que ainda vamos conversar com nossos computadores? você tem dúvidas que vamos ter componentes eletrônicos de monitoramento dentro de nosso corpo? você tem dúvidas que vamos ter seres cibernéticos fazendo guerras? ora, tudo isso (eletrônica) é passível de desenvolvimento e até eu, que não sou escritor posso antever isso. Mas as grandes descobertas da física ainda continuam apenas na imaginação, e isso é que realmente conta, a ficção ainda está lá.
Mas a franquia está acabando, logo os fãs mais assíduos irão sumir, pois já têm todos uma certa idade: não ainda, pois esperamos chegar até os 80, pelo menos. O apelo por naves voando o espaço já não é tão intenso, pois nossa realidade já até parece ficção, basta olhar alguns projetos de grandes companhias de aviação: avião invisivel, laborórios orbitais, aviões teleguiados, ônibus espaciais.
Este filme, em minha opinião, não vem renovar a franquia, mas vem trazer um bom filme de ação e ficção às telas de cinema.
Meus comentários aqui vão de encontro ao que escuto falar, ao que está no site oficial e aos trailers lançados. Os atores são garotos, há muita ação, efeitos especiais, algumas incoerências que os fãs logo vão notar (emotividade vulcana). O apelo para a direção vai de encontro ao "visual psicológico" dos personagen (arrogância, intempestividade, emoção, temperamento), pois hoje em dia conta muito o que você "parece ser", e não o que você realmente "é"; e esses são os valores que queremos num filme. Parece ser um filme cheio de ação e efeitos visuais que vai agradar aos fãs mais antigos, pois vai suprir uma lacuna na série dando um novo fôlego e que vai agradar também aos mais novos, pois é um filme tal quais esses seriados mais recentes, que a garotada adora, tipo: lost, 4400, heroes, ou seja, pessoas comuns que se tornam super-heróis, reflexo de uma sociedade endinheirada, sem controle dos pais, onde pode-se fazer quase tudo!!!
Vale uma pequena observação: o último filme para o cinema, Nemesis, também foi recheado de muita ação e efeitos visuais, que é o que tanto queremos num filme para a telona, mas teve o grande diferencial de os personagens já serem atores conhecidos, ou seja, não houve uma descontinuidade nesse sentido; vamos ver o que vai acontecer agora, com novos atores.
Deve ser um bom filme de ficção, ação e efeitos especiais e que pelo trailer, vou adorar.
Título em português: Metrópolis Título original: Metropolis Titulo em inglês: Metropolis Diretor: Fritz Lang Roteiro: Thea von Harbou (screenplay) Thea von Harbou (novel) Ano: 1927 País: Alemanha
Veja com detalhes o que o site da wikipedia trás sobre este filme, pois é muito interessante. Este filme faz parte de uma vasta coleção de filmes chamada "expressionismo alemão". Um filme grandioso para a época, cheio de simbolismos e metáforas e que retrata um "medo do futuro" a que está sujeita uma sociedade que se depara com um rápido progresso (fazendo uma breve alusão à anti-utopia de Thomas More, tais como outros trabalho mais modernos: Gatacca e Admirável Mundo Novo). Este filme é um dos meus preferidos.
Título em português: Veludo Azul Título original: Blue Velvet Titulo em inglês: Blue Velvet Diretor: David Lynch Roteiro: David Lynch (screenplay) Ano: 1986 País: EUA
Um filme que explora o perfil psicológico extremamente complexo de dois personagens: um deles dominador (interpretado por Dennis Hopper) e outro dominado (interpretado por Isabella Rossellini) e nesse meio, vemos alguns conflitos e personagens que se misturam numa trama inteligente. O filme vem acompanhado violência e sado-masoquismo. Excelente filme que explora o lado irracional da psiquê humana; lembrou-me muito "A Professora de Piano".
Título em português: Diários de Motocicleta Título original: Diarios de Motocicleta Titulo em inglês: The Motorcycle Diaries (USA) Diretor: Walter Salles Roteiro: Ernesto 'Che' Guevara (book) Alberto Granado (book) Ano: 2004 País: Argentina, Brasil, Chile, Inglaterra, Peru, outros.
Seu compositor Gustavo Santaolalla, que compôs trilhas para filmes de renome como Babel e Brokeback Mountain faz nesse filme um trabalho estupendo intensificando as emoções do expectador com composições carregadas de instrumentos de corda como a viola e instrumentos regionalistas como a flauta andina. (comentário do site: http://www.filmeseseries.com/2008/08/diarios-de-motocicleta-ost-trilha.html)
Um belo filme, com excelente fotografia. Conta fragmentos da vida de Che Guevara, mostra o tipo humano presente nas diversas regiões de nossa América do Sul, passando desde a Argentina, Chile, Peru, Bolívia e Venezuela. Conta uma história humana de descobrimento pessoal, e conta uma história de dois amigos e seus sonhos. Um filme muito bem produzido e com algumas cenas muito bem feitas, tais como aquela da estrada na neve, e a do nado no lago à noite. Machu Picchu fica como um espetáculo à parte.
Obs: senti-me até como um estrangeiro em meu próprio continente, sendo o único que não fala espanhol.
Título em português: Volver Título original: Volver Titulo em inglês: To Return (USA) (literal English title) Diretor: Pedro Almodóvar Roteiro: Pedro Almodóvar (Writer) Ano: 2006 País: Espanha
Um filme simples, que mostra o dia-a-dia de pessoas normais, num lugarzinho um tanto "estranho"; mas aos poucos você perceberá que o filme vai se agigantando; vai tomando corpo e vai envolvendo os personagens em grandes temas que nos permeiam desde o inicio de nossa história: amor, sexo, traição, assassinato, morte, amizade, família.
Mas eu acabei percebendo isso no final: é um filme sobre mulheres, seu sofrimento, suas perdas, duas dificuldades; homem aqui não interessa! e esse acaba sendo o grande diferencial do filme.
Título em português: Waking Life Título original: Waking Life Titulo em inglês: Waking Life Diretor: Richard Linklater Roteiro: Richard Linklater Ano: 2001 País: EUA
Alguém já disse uma vez: "-...é a economia, estúpido!". Então eu digo: - é a filosofia, estúpido; não é o filme!
Sim, a técnica usada no filme poderia ser interessante (rotoscopia), mas não é, pois parece um desenho animado. O filme poderia ser bom, não sei se tanto! mas uma coisa é interessante: esse filme fala de filosofia, tal como aquele outro: "O Mundo de Sofia" e isso é que conta!
Se você gosta de filosofia como eu gosto (por isso tem tantos links acima), assista a esse filme com seu caderninho nas mãos. O filme todo é um convite à reflexão sobre os binômios: vida-morte; realidade-sonho. Os diálogos são extremamente inteligentes, o roteiro é coerente e a obra é divina.
Título em português: Ghotic Título original: Ghotic Titulo em inglês: Ghotic Diretor: Ken Russell Roteiro: Stephen Volk (screenplay) Ano: 1986 País: Inglaterra
Seria a passagem abaixo o "insight" para a criação de Frankenstein?
Comentários:
Filme de excelente produção, belos efeitos visuais, som muito bem colocado em todas as cenas, e como tantos outros já colocaram: um delírio visual. O roteiro é bem inteligente e o filme, para quem gosta de histórias de terror, fascina. Pena que nos dias de hoje, a gente, acostumado com tanta barbaridade, não se deixe mais impressionar por estas histórias; mas fica valendo aqui a grande arte se sobressaindo. Bom para assistir num dia chuvoso, numa roda de amigos, vinho; para quem admira cinema e claro, para quem gosta do gênero.
Vale lembrar aqui as referências aos filmes de vampiros, Frankenstein de Mary Shelley, Lord Byron.
É uma adaptação cinematográfica do romance realista de Gustave Flaubert (1821-1880) e você encontra o ebook em: http://www.gutenberg.org/ebooks/14155
Olha, eu esperava mais deste filme. Claro, muito bom, mas percebe-se claramente que Madame Bovary é uma mulher insatisfeita, talvez depressiva, pelo menos é essa a imagem que passa o filme (sem levar em conta o livro, pois não é bom compararmos as duas mídias, como já falei tantas vezes). E em muitas cenas, percebemos que ela usa atrativos sexuais para conseguir resolver suas insatisfações; e é aqui que está o problema: esse lado da psiquê humana não é corretamente explorado no filme. Aí que eu gostaria de ler o livro, para ver se é assim mesmo!
Vale aqui uma pequena máxima que Ana Schuster colocou em seu site:
"Não nos deixar cair em tentação, é o mesmo que dizer: Não nos deixar ver quem realmente somos" - Arthur Schopenhauer.
Mas é um bom filme que vai ganhando dimensão aos poucos, com auge ao seu final.
Existem muitos filmes por aí com a mulher num papel tipicamente masculino, verdadeiras bombas, tais como Tomb Raider, Ultravioleta e tantos outros. Então, para o Dia Internacional da Mulher, amanhã, dia 08 de março, trago aqui algo inverso: um homem fazendo o papel de uma mulher, e não estou falando de Tootsie ou Gaiola das Loucas, mas estou falando de um grande artista do cinema mudo: Carles Chaplin, no filme "O Garoto" (The Kid).
É filme é em preto e branco, do cinema mudo, onde Charles Chaplin interpreta o papel de um homem (famoso "vagabundo") que adota uma criança abandonada. A maternidade, valor tipicamente feminino, é representada aqui sob um ângulo masculino. Uma bela história, um drama bem emotivo.
Eu adorei a interpretação do garoto (Jackie Coogan).
Título em português: Conduzindo Miss Daisy Título original: Driving Miss Daisy Titulo em inglês: Driving Miss Daisy Diretor: Bruce Beresford Roteiro: Alfred Uhry (play) Alfred Uhry (screenplay) Ano: 1989 País: EUA
Não tem nada mais interessante neste filme do que a bela atuação destes dois excelentes atores: Morgan Freeman e Jessica Tandy (Hoke e Daidy), que como dois personagens idosos, vão se adaptando um ao outro e estabelecendo uma longa e boa amizade.
Um pequeno cometário: em nossa vida, alguns pequenos acontecimentos marcam o início de uma era, boa ou ruim, ascendente ou descendente, enfim; mas refiro-me aqui à questão do envelhecimento. Meu primeiro fio de cabelo branco e as questões psicológicas que acontecem depois disso; existem tantas outras "gotas dágua"!!... e aqui nesse filme, temos o fato de uma pessoa já idosa receber o ultimato que não pode mais dirigir: o inicio da incapacidade física. E então a personagem luta contra essa idéia da incapacidade física. Claro, depois o foco muda para a questão cultural, e o amor fraterno, por fim.
Mais adiante, temos ainda outra gota dágua, que será a senilidade, mas isso não representará um problema psicológico a ser enfrentado.
Mas a última cena do filme é fantástica, e vou sempre lembrar dela com ternura.
Título em português: A Festa de Babette Título original: Babettes Gaestebud Titulo em inglês: Babette's Feast Diretor: Gabriel Axel Roteiro: Karen Blixen (novel) Gabriel Axel (screenplay) Ano: 1987 País: Dinamarca
É uma fábula, uma magia do cinema; misterioso e carismático. Também emotivo.
Você percebe o tempo todo a simplicidade, a educação, os valores cristãos, a devoção. Mas com o transcorrer do enredo temos então uma guinada e o final do filme nos apresenta uma grande interrogação, que nos convida a refletir sobre os prazeres da vida. Vale a pena abdicar desses prazeres, ou não?
Título em português: Laranja Mecânica Título original: A Clockwork Orange Titulo em inglês: A Clockwork Orange Diretor: Stanley Kubrick Roteiro: Stanley Kubrick (screenplay) Anthony Burgess (novel) Ano: 1971 País: EUA
É muito interessante ver Malcolm McDowell..novinho!!!
Este é um filme muito bem dirigido, pois há cenas muito bem elaboradas, como a do clipe acima onde o grupo caminha ao longo da piscina: aquela cena é simplesmente dançante. Música, água, pessoas, tudo, enfim, misturam-se numa sinfonia.
É um filme "musical" onde a violência é o tema. E parece-me que a pergunta que fica é: será que não precisamos um pouco de violência? Devemos combatê-la? limitá-la? suprimí-la? O que fazer?
Título em português: Alpha Dog Título original: Alpha Dog Titulo em inglês: Alpha Dog Diretor: Nick Cassavetes Roteiro: Nick Cassavetes Ano: 2006 País: EUA
A cena abaixo é de uma passagem realmente interessante no filme, eu diria: é o momento da grande descoberta; e não só para o amor por uma mulher, mas que derá origem ao amor familiar.
Comentários:
Vi alguns comentários de outras pessoas sobre esse filme, que não gostaram devido ao excesso de violência e uso de drogas. Não achei muito violento - já vi piores, e quanto às drogas - sim, muita droga.
Mas acho que o foco do filme não é a violência. Acho que o foco é degradação de valores, sucessívamente progressiva de um grupo de jovens, que aparentemente não têm proplemas financeiros. O foco se passa numa familia de classe média onde os filhos do casal se envolvem com drogas. Por várias passagens há referências ao excesso de liberdade dado pelos pais, falta de um amor verdadeiro, e falta do uso da palavra NÂO aos filhos.
O filme é profundamente reflexivo : drogas, sexo e rock´n roll.
"História" ... para quê ?
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Vamos fazer um simples exercício mental sobre a importância do Passado e
da História.
Todos nós já ouvimos falar que estudar História é importante, pois a...