"Filmes Apenas" é um blog bem pessoal onde catalogo alguns filmes que venho assistindo e que julgo serem bons. Os comentários que coloco não são técnicos, mas sim, apenas, uma primeira impressão de alguém com pouca experiência em cinema, mas que gosta muito de filmes. Como gosto muito de filosofia, os comentários tendem sempre a filosofar em cima das histórias apresentadas.
Mas, o blog também está aberto à críticas e sugestões.
George Kieling
domingo, 19 de maio de 2013
Ponto de Mutação
Título em português: Ponto de Mutação
Título original: Mindwalk Titulo em inglês: Mindwalk
Diretor:
Bernt Amadeus Capra
Roteiro: Bernt Amadeus Capra (story),
Floyd Byars (screenplay)
Ano: 1991
País: Alemanha
index: 540
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Outro dia eu estava conversando com uma pessoa amiga sobre a natureza dos relacionamentos, principalmente como duas pessoas podem mudar seus pontos de vista a respeito de determinado assunto quando se distanciam no tempo ou espaço. Veja, há dois anos eu assisti este filme e tive um pequeno insight sobre o tema que ele aborda, o que me ajudou um pouco a compreender o mundo em que vivo. Hoje, após estes dois anos, revendo o filme, minha perspectiva sobre o que ele aborda se mofificou; outros detalhes do filme me chamaram a atenção, e posso até mesmo dizer que o entendi de uma maneira diferente. O que mudou no filme? ... nada! quem mudou foi eu, e não o filme: sou uma pessoa diferente daquela de dois anos atrás, algumas novas experiências de vida me mudaram, meus relacionamentos me geraram expectativas diferentes, meu corpo é outro (até mesmo o filme cita isto: as celulas do meu pâncreas são praticamente todas substituidas a cada 24 horas, a mucosa gástrica também, milhares de células por minutos são substituidas em nossa pele, enfim estamos constantemente nos renovando, chega a ser mesmo quase impossível apertar a mesma mão duas vezes seguidas). Daqui a dois anos vou assistí-lo novamente, quer dizer, meu outro eu irá assití-lo.
Não sei como classificar este filme, talvez como uma síntese do livro do Fritjof Capra. Tenho em casa o Tao da Física, que estou lendo, e também O Ponto de Mutação (The Turning Point), que ainda não li; fiz besteira... assisti o filme, e logo irei ler o livro, ao invés de fazer o contrário. Sempre achei que fazia mais sentido ser assim, mas estou assumindo uma outra sistemática: quando o filme é muito filosófico exigindo um pouco mais de raciocínio, vale a pena assísti-lo várias vezes intercaladas no tempo, tal como a história de um outro filme: A Mulher do Viajante no Tempo (no Brasil: Te Amarei Para Sempre) - a cada visita, uma nova perspectiva sobre a mesma pessoa, ou o mesmo assunto.
O filme se baseia na conversa entre 3 pessoas, que abordam três formas diferentes de pensar: um político (bem falante), uma física (muito técnica) e um poeta (introspectivo). Todos passam o filme conversando sobre a natureza da vida e das relações pessoais e trazem à tona a necessidade de uma mudança no nosso estilo de vida, tornando o planeta mais sustentável para as próximas gerações e tentando mostrar para gente que o mundo não pode mais conviver com esta visão "descartesana" que somos uma máquina e que tudo funciona isololadamente, mas, muito pelo contrário, mostrando com bastante eficiência que as novas descobertas da física, dizem que a matéria, como a conhecemos, não existe realmente no mundo subatômico, e o que existe são apenas probabilidades de se materializarem em algum lugar, contanto que nós estejamos conscientes disso; investiga também uma caracteristica interessante da vida, que é o de se autoorganizar e de se relaciocnar com tudo a sua volta: o que caracteriza a vida é que ela está em constante troca com tudo a sua volta (Teoria Geral do Sistemas Vivos). Isto cria uma nova perspectiva de vida, qual seja, a que devemos proteger tudo que nos cerca sem destruir.
São abordadas as grandes dificuldades de sairmos deste mundo mecanicista e de entrarmos num mundo mais holístico e compartilhado. O filme não aponta soluções, muito pelo contrário, deixando muitas dúvidas, como acontece com as questões filóficas (a pergunta é mais importante que a resposta), e naturalmente - devido à formação de Fritjof Capra - é vista sob a ótica da física, interpretada pela personagem feminina trazendo as principais questões à discussão.
Um excelente filme para quem gosta de filosofia e de ciência. Não sei se foi a intenção do diretor, mas é interessante ver como a maré, no final do filme, ao subir, vai cerceando a areia por todos os lados, bem como o castelo.
Para o Homem, que se acha dono pedaço, tenha em mente que, no final deste filme (da vida), a gente morre, e não a natureza!
O seguinte diálogo foi retirado da tradução do filme:... sobre uma visão holística da vida...
"Como pode falar de uma árvore sem falar nas folhas ou raízes?
Eu conseguiria, sem nem mencionar essas partes.
Um cartesiano olharia para a árvore e a dissecaria...
mas aí ele jamais entenderia a natureza da árvore.
Um pensador de sistemas veria as trocas sazonais...
entre a árvore e a terra, entre a terra e o céu.
Ele veria o ciclo anual que é como uma gigantesca respiração...
que a Terra realiza com suas florestas, dando-nos o oxigênio.
O sopro da vida, ligando a Terra ao céu e nós, ao universo.
Um pensador de sistemas veria a vida da árvore...
somente em relação à vida de toda a floresta.
Ele veria a árvore como o hábitat de pássaros, o lar de insetos...
já se você tentar entender a árvore como algo isolado...
ficaria intrigado com os milhões de frutos que produz na vida...
pois só uma ou duas árvores resultarão deles.
Mas se você vir a árvore como um membro...
de um sistema vivo maior...
tal abundância de frutos fará sentido...
pois centena de animais e aves sobreviverão graças a eles.
Interdependência. A árvore também não sobrevive sozinha.
Para tirar água do solo, precisa dos fungos que crescem na raiz.
O fungo precisa da raiz e a raiz precisa do fungo.
Se um morrer, o outro morre também.
Há milhões de relações como esta no mundo...
cada uma envolvendo uma interdependência.
A teoria dos sistemas reconhece esta teoria de relações...
como a essência de todas as coisas vivas.
Só um desinformado chamaria tal noção de ingênua ou romântica..."
"História" ... para quê ?
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Vamos fazer um simples exercício mental sobre a importância do Passado e da
História.
Todos nós já ouvimos falar que estudar História é importante, pois as...
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